quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Mythos X Logos

"A palavra "mito" vem do grego mythos, que deriva do verbo mytheyo e do verbo mytheo - o primeiro significa narrar, contar, e o segundo, conversar, designar. Na sua base etimológica e cultural, a palavra "mito" indica uma narrativa na qual o ouvinte acredita (dando fé à vontade do mito, o narrador) e à qual confere, assim, o caráter de verdade. O mito pode, portanto, ser uma explicação - eis o papel das cosmogonias, que são narrativas a respeito da origem e organização do mundo, baseadas no papel das forças geradoras divinas, isto é, pai e mãe divinos (que em geral são elementos inanimados da natureza que ganham aspectos antropomórficos)." (GHIRALDELLI, Paulo Jr. História Essencial da Filosofia. São Paulo: Universo dos Livros, 2009. Vol.I)


"Logos, originalmente, significa "dizer", "contar" (em seu duplo sentido de narrar e de calcular), "explicar", "argumentar". A diferença - e os filósofos contibuiram muito para que essa diferença se fixasse - entre logos e mythos é que está última palavra nomeava uma narrativa que solicitava do ouvinte uma fé no narrador, enquanto que a explicação racional (a filosofia), como se sabe, quer se mostrar verdadeira por si mesma, pela sua coesão interna, pela força do logos. Assim, o elemento que a filosofia colocou contra o mito foi o "direito à autonomia" do ouvinte. Ao som do logos, o ouvinte estaria caminhando pelo seu próprio intelecto, permitindo-se a abandonar o testemunho e, principalmente, a autoridade do rapsodo." (GHIRALDELLI, Paulo Jr. História Essencial da Filosofia. São Paulo: Universo dos Livros, 2009. Vol.I)

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